Rodovia é liberada por indígenas após 36h de protesto na BA; ato gerou 20 km de engarrafamento e deixou caminhão depredado

  • 08/07/2025
(Foto: Reprodução)
Manifestação começou na segunda-feira (7), em Itamaraju, e tinha o objetivo de cobrar a soltura de um cacique. Empresária tentou furar bloqueio e teve o veículo quebrado e queimado. Rodovia é liberada após mais de 25h de protesto de indígenas na Bahia O protesto organizado por indígenas em um trecho da BR-101, no extremo sul da Bahia, foi encerrado no final da tarde desta terça-feira (8), após 36 horas de interdição da pista. A informação foi confirmada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) à TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia na região. 📲 Clique aqui e siga o perfil do g1 Bahia no Instagram A manifestação começou por volta das 8h30 de segunda-feira (7) e só foi finalizada às 16h30 desta terça, com a ajuda de um negociador. Imagens aéreas feitas no local mostram a retomada do trânsito. Uma longa fila de veículos se formou. (Assista ao vídeo acima) Ao longo da manifestação, o congestionamento chegou a passar de 20 km, na altura de Itamaraju, próximo à entrada do Parque Nacional do Monte Pascoal, e o caminhão de uma empresária, que tentou furar a barreira, foi depredado e queimado. Rodovia é liberada por indígenas após 36h de protesto na BA Arquivo Pessoal Os indígenas buscavam a soltura de Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, preso em uma ação da Polícia Federal (PF) com a Força Nacional de Segurança na última semana. Durante o protesto, o grupo interditou totalmente a rodovia. Conforme informou a PRF, a manifestação foi pacífica, apesar do episódio de violência ocorrido na segunda-feira. A motorista do caminhão foi identificada como Elaine Tschaen Schneidem, de 40 anos. Os manifestantes usaram pedaços de pau para quebrar o veículo. Mulher diz que foi interceptada por indígenas durante protesto no extremo sul da Bahia Vídeos publicados nas redes sociais mostram que a empresária foi retirada do veículo e levada pelos indígenas até os policiais. Ela também teve o rosto marcado com urucum — tinta vermelha feita com sementes do fruto do urucuzeiro. Em vídeo também publicado nas redes sociais, a empresária disse que tentou passar pela pista depois de ver outros carros fazerem o mesmo. Em seguida, uma multidão bateu no vidro do caminhão e enfiou lanças no veículo. Ela também contou que teve o celular quebrado pelo grupo. "Puxaram meu cabelo, me jogaram no chão e, ao mesmo tempo, me empurravam. Eu implorei, pedi desculpas, disse que não tinha feito por maldade, só queria ir para casa, pois tenho um bebê", contou. De acordo com a Polícia Civil (PC), a mulher registrou boletim de ocorrência pelos crimes de dano e ameaça. Cacique preso Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, foi detido em uma ação da Força Nacional de Segurança Reprodução/Redes Sociais O cacique Suruí Pataxó e outras duas pessoas foram presas na quarta-feira (2), pela Polícia Federal (PF), após agentes flagrarem o grupo com armas no território indígena de Barra Velha, zona de tensão agrária localizada em Porto Seguro. A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), que representa o grupo, repudiou o ato. A entidade afirma que o cacique sofre ameaças de morte há anos, é defensor de direitos humanos e foi preso injustamente. O g1 entrou em contato com a Polícia Federal (PF) e questionou se o grupo tinha porte de armas e por qual crime o cacique foi autuado especificamente, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Indígenas bloqueiam BR-101, em Itamaraju, para reivindicar soltura de cacique preso em ação da Força Nacional de Segurança Pública Arquivo pessoal Em nota, o Conselho de Caciques do Território Indígena Barra Velha de Monte Pascoal manifestou, na sexta-feira, indignação e repúdio à ação que terminou com a prisão do cacique. Segundo a entidade, a abordagem foi conduzida sem mandado de prisão, com motivação "claramente política e persecutória", revelando o objetivo de incriminar o cacique, que é uma "liderança ativa na luta pelos direitos dos povos indígenas". "Isso evidencia a gravidade da criminalização do movimento indígena e da luta por direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e por tratados internacionais, como a Convenção 169 da OIT", destacou o comunicado. A nota denunciou também que os outros três presos são adolescentes e que eles e a liderança pataxó foram torturados física e psicologicamente durante deslocamento. A organização diz que foram feitas cinco paradas durante o percurso, todas "marcadas por agressões verbais e ameaças", configurando "grave violação dos direitos humanos e desrespeito total à dignidade das lideranças indígenas e de seus jovens". O que diz o Ministério da Justiça e Segurança Pública Grupo interditou totalmente o trecho da rodovia, nas proximidades do trevo de Itamaraju, próximo à entrada do Parque Nacional Monte Pascoal Arquivo pessoal Grupo intercepta agentes da Força Nacional de Segurança e solta homens flagrados com armas em área de conflitos indígenas na BA Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou os fatos citados e disse que a atuação da Força Nacional na região prioriza a preservação da vida, o respeito à cultura, aos direitos e à integridade dos povos originários. Conforme o órgão, os agentes recebem treinamento específico para atuar em contextos de alta complexidade, com foco na resolução pacífica de conflitos e na proteção dos mais vulneráveis. O Ministério da Justiça e Segurança Pública reforçou ainda o respeito à luta dos povos indígenas, afirmou que reconhece a importância das lideranças tradicionais e ressaltou que segue à disposição para o diálogo com todas as comunidades envolvidas. Reforço policial Grupo é detido com armas e munições em área de conflitos indígenas na Bahia Divulgação Os agentes da Força Nacional de Segurança Pública enviados pelo Governo Federal chegaram a Porto Seguro no dia 28 de abril, após uma série de conflitos envolvendo indígenas e fazendeiros da região. Segundo o Ministério da Justiça, o grupo permanecerá no município por 90 dias. O anúncio da chegada dos agentes foi feito no dia 17 do mesmo mês, dois dias antes da data em que foi celebrado o Dia dos Povos Indígenas. ⚠️ A Força Nacional de Segurança Pública é um programa de cooperação de Segurança Pública brasileiro, coordenado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública. Ela é composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, e é acionada em situações de emergência. LEIA TAMBÉM Povos indígenas na Bahia: com mais de 10 etnias registradas, estado tem segunda maior população recenseada do Brasil 'Terras em Guerra': assista aos cinco episódios da série sobre os conflitos entre indígenas e produtores rurais da Bahia Caminhão foi incendiado por indígenas na BR-101 TV Bahia Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/07/08/protesto-indigena-br-101.ghtml


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