'Maternidade', marquinha de vacina e enxoval: entenda como são feitos os bebês reborn, bonecos que podem custar mais de R$ 2 mil

  • 23/05/2025
(Foto: Reprodução)
Brinquedos hiper-realistas imitam bebês de verdade, com características pintadas a mão. O g1 conversou com artesãs baianas que trabalham no ramo há anos e contam os detalhes da produção. Entenda como são feitos os bebês reborn, bonecos que podem custar mais de R$ 2 mil Com manchas de frio, cabelo de verdade e até marquinha de vacina, os bebês reborn levam cerca de 15 dias para serem produzidos. O valor de apenas um boneco hiper-realista — tema de grande repercussão na mídia nas últimas semanas — pode ultrapassar a marca de R$ 2 mil. 💡 O termo reborn significa "renascer" e está associado a transformação de um boneco comum em um boneco hiper-realista, como se o brinquedo tivesse "renascido". Célia Rosa e os bonecos confeccionados por ela na maternidade reborn, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia Arquivo pessoal Célia Rosa, moradora de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, trabalha no ramo desde 2020 e neste ano abriu uma loja que funciona como "maternidade" de bebês reborns. Nas prateleiras do estabelecimento, os bonecos que imitam recém-nascidos ficam dentro de cestinhos, como se estivessem dormindo. Os clientes, que normalmente são crianças, podem pesar o bebê escolhido e medi-lo como em um consultório de pediatria. "Meu objetivo é trabalhar a parte lúdica da criança, então por isso a balança, o medidor e o enxoval que acompanha os bonecos". Eu Te Explico #135: a onda de bebês reborn - empreendedorismo, hobby e até questão de saúde Assim como um bebê de verdade, os reborn confeccionados e vendidos por Célia fazem teste do pezinho, têm cartão de vacinação e certidão de nascimento. Ao g1, ela mostrou que as criações usam roupinha, fralda, chupeta e têm até mamadeira com leite falso. Outro detalhe dos bebês reborn é que não são leves como os bonecos vendidos em lojas de brinquedo. Eles realmente simulam o peso de um recém-nascido de verdade. A artesã Renata Magalhães, de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, tem um catálogo com 100 tipos de bebês. Desde 2018, ela trabalha principalmente com a produção por encomenda e aí os clientes podem escolher a tonalidade da pele, o tipo de cabelo e até se o boneco terá alguma marca de nascença. "É uma obra de arte. Nenhum bebê reborn é igual ao outro, porque é um trabalho manual, minuncioso, muito diferente das bonecas industrializadas que são vendidas nas lojas de brinquedo". Para criar um boneco único no mercado, é preciso tempo e paciência, pois cada detalhe é feito artesanalmente. O cabelo, por exemplo, é implantado fio a fio. Produção artesanal Renata Magalhães, de Feira de Santana, confecciona bebês reborn desde 2018 Arquivo pessoal Célia e Renata levam entre uma e duas semanas para concluir um único boneco. A demora do processo está relacionada as diversas etapas de produção. 👶🏼 Primeiro, elas recebem os kits dos bonecos, que chegam desmontados. Os braços, pernas e a cabeça dos bebês são feitos por escultoras e encomendados pelas artesãs. 👶🏻 Os bonecos chegam crus, sem nenhuma pintura, cabelo ou expressão. Por isso, a primeira etapa é encontrar a tonalidade do bebê e começar a pintura, com direito a marquinhas de frio e até veias aparentes. 👶🏽 Em seguida, a pintura precisa ser selada em um forno para não descascar. 👶🏾 Com a pintura seca, são feitos os detalhes do boneco, como a implantação do cabelo, que é feita fio a fio. As madeixas podem ser sintéticas, humanas ou feita a partir do pelo de algum animal. 👶🏿 Por último, o bebê é vestido com a roupinha solicitada pelo cliente e os detalhes do enxoval são produzidos. Empreendedorismo Bebê reborn feita por Renata Magalhães, baiana de Feira de Santana Arquivo pessoal Antes de trabalhar com a confecção de bonecos reborn, Renata Magalhães, de 46 anos, era gerente administrativa de um escritório de advocacia há quase duas décadas e nunca havia desenvolvido nenhum trabalho artístico. A ideia de entrar no ramo surgiu depois que a filha, na época com quatro anos, pediu uma boneca reborn de aniversário. "Fizemos uma vaquinha e compramos a boneca de uma artesã paulista. Na época, custou R$ 1.700. No ano seguinte, ela pediu mais uma boneca e como não tinha condição financeira, procurei um curso pra aprender a fazer", contou. A história de Célia Rosa é parecida. Assim como Renata, ela nunca tinha trabalhado com expressões artísticas antes de virar a "Gepeto" das bonecas. LEIA MAIS Igreja tradicional de Salvador emite comunicado contra batismo de bebês reborn: 'rito solene destinado a pessoas reais' 'Cegonha' de bebês reborn vende bonecas que variam de R$ 750 a R$ 9,5 mil; brinquedo mais caro fica em incubadora Entenda o que são as bonecas hiper-realistas que se tornaram até alvo de disputa de casal O trabalho na área começou em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Célia e o marido abriram um empreendimento que não deu certo e ela precisava encontrar uma nova fonte de renda para a família. A inspiração veio enquanto rezava no sofá de casa e as filhas mostraram um vídeo gringo sobre uma bebê reborn. "Foi a resposta da minha oração", concluiu. Mesmo com o trabalho puxado, as empreendedoras conseguem administrar a rotina do trabalho com a rotina da família. Além de produzir os bonecos, elas participam de exposições e seguem fazendo cursos para aperfeiçoar ainda mais as técnicas. Segundo as duas empreendedoras, apesar da procura pelo assunto ter crescido nas redes sociais, o número de vendas ainda não foi impactado. Sucesso no Tik Tok Rosana Mascarenhas se apaixonou pelo universo reborn em 2013 Arquivo pessoal Já para a artesã Rosa Mascarenhas, de Salvador, a viralização do tema nas redes sociais impulsionou as vendas, principalmente por colecionadores e crianças. Ela posta diversos conteúdos sobre o assunto no TikTok, onde tem 200 mil seguidores. Rosana conheceu o universo reborn em 2013, quando estudava Direito na faculdade. Ela conta que se apaixonou pelos bonecos e chegou a comprar cinco exemplares antes de começar a confeccionar sozinha. "Comprei o bebê e, quando abri a caixa, fiquei espantada e emocionada com o realismo. Depois disso, me apaixonei e comecei a pesquisar tudo sobre reborn. Cheguei a comprar cinco em uma época em que a oferta era pequena e os valores muito superiores aos atuais". Quando começou a fazer os próprios bonecos, Rosana criou uma página no Facebook para mostrar as criações. Depois, se tornou dona de um canal sobre o universo reborn no Youtube. A página acumula 30 mil inscritos. Com o boom do TikTok, ela passou a produzir conteúdos de humor para divulgar o trabalho na rede social. A artesã participa de trends — termo usado para conteúdos virais reproduzidos por diversos usuários — com os bonecos e usa músicas populares entre as crianças e adolescentes. Segundo ela, o objetivo é chegar no público infantil. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/05/23/bebe-reborn-entenda-como-sao-feitos.ghtml


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